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YOGA – MUITO ALÉM DA BANANEIRA

O que Yoga não é
 

Refletindo sobre tudo que lemos e ‘vemos’ a respeito do Yoga mundo material e virtual afora, aqui tem um pouco do que Yoga não é. Então, assim, sintetizando, por eliminação, a gente tem um vislumbre um tanto mais nítido sobre sua grandeza, e o quanto está reduzido a simples ginástica ou remédio contra ansiedade.
 

Viver em Yoga não tem nada a ver com relacionamentos estreitos com gurus barbudos de voz mansa, vestidos com roupas ritualísticas indianas prometendo iluminação à jato, e/ou que fazem questão de dizer que já viajaram para Índia umas trinta vezes, que já moraram lá... essas coisas...
 

Nada a ver com o fato de ser carnívoro, natureba, vegetariano, vegano, magro, jovem, gordo, preto, velho, branco, trans, bi, todos, todes, amigues, blá blá blá, blo ou blê, dessa ou daquela religião.
 

Você não precisa falar sânscrito, ou se vestir com roupas ‘indianas’ – leia-se hippies – que são encontradas em muitos lugares pra vender, menos na Índia; não precisa do tapetinho de yoga, do sapatinho de yoga ou daquela roupa cara pra dedel de uma das muitas boutiques de yoga. Aliás, é bem desse yoga de boutique que estou falando. Não precisa. Aprenda a identificar o business yoga para fugir dele o quanto antes. Mas viva-o, oras... se isso fizer parte da tua jornada, como já fez pra mim um dia, de alguma forma. O business yoga está tornando o conhecimento cada vez mais diluído.
 

Yoga não é ásana, não é relaxamento, não é calmaria, não é a tal da ‘união’ nem o ‘somos um’ sem a devida explicação, não é sair por aí falando namastê para plantas, imagens e estátuas, não é aquele indefectível ‘oh, estou vendo uma mancha na tua aura’, não é ser expert em incenso, em receitinhas banhadas a ghi e cúrcuma, não é nada disso, não é tantas coisas e... ‘NADA HÁ FORA DO YOGA’. Olha só... Como assim!? Então...
 

Viver em Yoga também não é o esforço que se faz para atingir a postura da bananeira, como se esse fosse o ponto culminante da tua jornada. Como diz Georg Feuerstein em seu livro Uma Visão Profunda do Yoga: “No Ocidente, o Yoga costuma ser praticado como uma forma de calistenia ou método de condicionamento físico. A postura invertida (‘plantar bananeira’ – expressão da língua portuguesa que pode descrever uma pessoa de cabeça pra baixo), que muitos novatos se esforçam avidamente por dominar, tornou-se um símbolo dessa maneira de pensar.” Aliás, viver o Yoga é experimentar a vida. Você pode ler esse do Feuerstein e mais quinhentos livros sobre o assunto, mas se não meditar 25 horas por dia, se não viver pra compreender tua relação karma-dharma, não terá o vislumbre do que ele, o Yoga, pode lhe oferecer.
 

Já que falei em Feuerstein, deixo aqui uma das mais perfeitas definições de Yoga. É a que mais se alinha com meu coração: ‘YOGA NÃO É UMA TÉCNICA. YOGA É LIBERTAÇÃO. YOGA É SER OU ESTAR NO MUNDO SEM PERTENCER A ELE.’ Amo essas palavras dele.
 

Os ásanas (as ditas posições e, literalmente, assentos) não são simples posturas corporais. Eles constituem apenas uma parte do vasto leque do que podemos chamar de técnicas no mundo do Yoga. A variedade de ásanas é uma herança do Hatha Yoga que surgiu algumas centenas de anos após a grande sistematização do Yoga feita por Patanjali, considerado o pai do Yoga Clássico (Raja Yoga), e é derivada de artes marciais indianas como o Mallakhamb e o Kalaripayattu (Profº Carlos Eduardo G.Barbosa). Ah! Falando em Patanjali, lembre que há muita vida antes dele. Então, por favor, LEIA A BHAGAVAD GITA. Leia muitas vezes..!!
 

Não se pode negar, de forma alguma, que a série de movimentos é supersaudável. É através das posições lindíssimas que vemos em fotos nos livros e, principalmente, hoje, nas redes sociais, que o mundo inteiro acredita conhecer Yoga. Isso não desmerece em nada o Hatha, é óbvio. De linhagem tântrica, o autêntico Hatha é magnífico..!! Eu disse: autêntico. A ideia também é manter o corpo físico saudável para que isso se reflita no corpo mental e vice-versa. Mas, quando você olha para uma foto de alguém em um suposto ásana, não pode afirmar que a criatura está praticando Yoga..!! É só ela que sabe, gente... e olhe lá..!! Isso não é garantia de absolutamente nada..!! Nem um professor que vê seu aluno se tornando um virtuose em ásana pode afirmar que ele está ‘em Yoga’.
 

A ideia é não disseminar conceitos errôneos. A ideia é não manter o Yoga sempre no raso.
 

Jamais foi possível, é claro, considerar as datas relacionadas ao Yoga como exatas. O advento de Patanjali, por exemplo, está marcado no tempo por volta de 2000 anos atrás. A diferença que encontramos na literatura é de uns 100 anos antes ou depois disso. Patanjali apresentou em sutras (aforismos) esse darshana (ponto de vista) do Hinduísmo, ou seja, essa forma de compreender a grande equação micro/macrocósmica, a nossa relação com os planos do Universo através do refinamento de nossas vibrações, a partir da utilização de técnicas que envolvem corpo, mente e espírito – o Yoga – que já estava no mundo muito antes de sua codificação. Aliás, na minha forma de enxergar isso, o Yoga é e está desde que o Tempo é Tempo, ou seja, desde sempre. Se o escopo do Yoga é o alinhamento dos corpos – em cada microcosmo – para se reencontrar a conexão com a partícula de Brahm em si mesmo e, sendo isso uma tendência natural, então ele, o Yoga, sempre existiu e sempre existirá para quem, por aqui, readquira a consciência disso. Ou mesmo para quem é, ainda, inconsciente sobre isso. O processo para quem não está acordado e disponível pra esse mergulho no Self é mais lento, mas está acontecendo do mesmo jeito. Pode levar mais algumas manifestações, mais algumas voltinhas pela roda de Samsara. Quem é que sabe? O que se sabe é que há um sistema autônomo funcionando em cada um de nós, expressões autênticas do divino, quer você queira, quer não. Tudo está conectado.

Tem gente que prefere os atalhos. Tem gente que eu considero privilegiada por se deparar com uma metodologia que te ensina a beleza deste momento, onde todo os alinhavos tântricos se convergem. Esse método puro que nos conduz ao Atman, a morada do Ser Supremo em nós é o Shuddha Raja Yoga, fundamentado nos ensinamentos do Sanatana Dharma. É o Atma Yoga ensinado pela Escola de Sabedoria Perene Shuddha Dharma Mandalam, que nos possibilita a compreensão refinada da relação karma-dharma e da experiência da Unidade na diversidade, com muito mais consciência.
 

Yoga é um estado mental. É o produto da meditação. Tudo que fazemos dentro do que hoje está padronizado como aula de Yoga – totalmente discutível – todas as técnicas corporais e mentais e – mais importante – tudo que fazemos na vida, cada pensamento, cada ação... tudo serve para que a gente esteja consciente, em uma posição confortável (25 horas por dia) e em um ritmo respiratório igualmente confortável (25 horas por dia), em um assentamento – ásana (25 horas por dia). Então, a quase incessante busca para que se mantenha esse padrão a cada milésimo de segundo da nossa existência começa a se transformar em ação desinteressada. Tudo começa a virar compreensão, por mais que você esteja chafurdado nos perrengues da 3D. Surge a consciência do corpo – na saúde, na doença, na cura, seja lá o que isso for. Surge a mente quieta, a respiração suave e ritmada, e a capacidade de discernimento a mil por hora, em total lucidez, em total despertamento! Esse assentamento deve ser essa posição na qual você se encontra agora. A respiração consciente é essa que você pratica agora. A busca do alinhamento no teu sistema de corpos acontece agora, para que se torne realização, agora. Eu desejo – brahmicamente – ser o ser realizado, agora. Quando conscientes de tudo isso, experimentamos lampejos desse estado desperto. O grande escopo é prolongá-lo por mais tempo.


E, convenhamos, a tal da bananeira talvez seja até bem bonita de se ver, mas não é a melhor posição pra meditar.

 

Aqui na 3D, estou
 

AMARNATHI ANDRÉA (Shailendratanaya Amarnathi Dasika)

Acharya e Sacerdotisa do SHUDDHA DHARMA MANDALAM

 

Ensino o ATMA YOGA através da metodologia SHUDDHA RAJA YOGA,

o próprio SANATANA DHARMA

 

...um ser que não conhece a diferença entre Vida e Yoga

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